Colômbia

Cocaína ameaça ultrapassar petróleo como principal produto de exportação na Colômbia

Expansão do narcotráfico e mudança na política de drogas impulsionam produção e exportação da droga no país.

Colômbia
Foto: Freepik
Em meio a um cenário de expansão do narcotráfico na Colômbia, um relatório da Bloomberg Economics sugere que a cocaína está à beira de se tornar o principal produto de exportação do país, ultrapassando o petróleo. A análise estima que o tráfico ilícito de drogas tenha contribuído com impressionantes 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) colombiano no ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento das exportações de cocaína, que atingiram a marca de US$ 18,2 bilhões em 2022, ficando apenas um passo atrás das receitas geradas pelas exportações de petróleo, que totalizaram US$ 19,1 bilhões no mesmo período. Essa avaliação considera o preço da substância no mercado ilegal, bem como a diferença entre sua produção e as apreensões realizadas pelas autoridades.
O economista Felipe Hernandez, responsável pelo estudo da Bloomberg, observa que em 2023, a tendência de encolhimento no mercado de petróleo, que registrou uma queda de 30% no primeiro semestre, contrasta com a expansão da produção de cocaína no país. Diante desse cenário, é previsto que a droga substitua o petróleo como o principal item na pauta de exportação da Colômbia ainda este ano.
Hernandez destaca que as ações do governo, como a destruição de laboratórios onde as folhas de coca são transformadas em cocaína, não conseguiram conter a expansão da produção da substância. Ele aponta a abordagem atual do governo colombiano em relação às drogas como um dos fatores que alimentam o crescimento do narcotráfico.
É notável que o presidente Gustavo Petro tenha implantado uma nova política para enfrentar o tráfico de cocaína no país. Essa política tem como alvo principal os traficantes que se beneficiam da venda da droga, em vez dos produtores de coca, que acabam sendo o elo mais vulnerável na cadeia de produção. Recentemente, um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revelou que a produção de cocaína na Colômbia atingiu a impressionante marca de 1.738 toneladas em 2022, o nível mais alto desde 1991.
Além disso, o relatório também aponta para um aumento de 13% na extensão do território com plantações de coca em comparação com o ano anterior, chegando a 230 mil hectares. Esse território é maior do que a cidade de São Paulo e quase o dobro do tamanho da cidade do Rio de Janeiro.
A Colômbia enfrenta, assim, um desafio crescente em relação ao narcotráfico, que ameaça substituir seu setor de petróleo como principal impulsionador econômico. A nova abordagem governamental, embora destinada a atingir os traficantes, ainda enfrenta obstáculos significativos, conforme a produção de cocaína continua a crescer em ritmo alarmante no país.
Aeronave Detida

Caças da FAB interceptam avião com 400 kg de cocaína na região de Araraquara, interior de SP

Aeronave vinda do Paraguai foi obrigada a pousar após perseguição aérea e ocupantes estão foragidos.

Aeronave Detida
Foto: Reprodução/PF
Nesta quarta-feira (26), caças da Força Aérea Brasileira (FAB) interceptaram um avião bimotor carregado com aproximadamente 400 quilos de pasta à base de cocaína na região entre as cidades de Matão e Dobrada, interior de São Paulo. A ação ocorreu no começo da tarde após monitoramento do Grupo Especial de Fronteira no Mato Grosso, que seguiu a aeronave desde sua entrada em território brasileiro, proveniente do Paraguai.
Os caças da FAB acompanharam o avião até forçá-lo a pousar em uma pista de terra próxima à Rodovia Brigadeiro Faria Lima, poucos quilômetros antes de atingir seu destino na região de Araraquara. Os ocupantes do avião conseguiram fugir para uma mata e estão sendo procurados por policiais federais e militares, que realizam buscas em solo com o apoio de helicópteros.
Dentro da aeronave foram encontrados dezenas de pacotes contendo cerca de 400 quilos de cocaína em sua forma mais pura. A droga apreendida passaria por processos de mistura com outras substâncias antes de ser comercializada.
A Polícia Federal em Araraquara está registrando a ocorrência e deve conduzir as investigações. O avião, de prefixo PR-PHM e fabricado pela Beech Airchaft em 1974, possui situação regular e está registrado em nome de uma pessoa física, segundo informações da ANAC.
A região central do Estado de São Paulo integra a chamada “Rota Caipira”, rota conhecida do tráfico internacional de drogas, utilizada pelos traficantes desde a década de 1990 para transportar substâncias ilícitas por vias terrestres e aéreas até seus destinos.

PF mira quadrilha que enviava cocaína ao exterior em carga de madeira

 Droga era enviada a partir do Porto de Paranaguá

Foto: Polícia Federal/PR
Polícia Federal e a Receita Federal deflagram nesta quinta-feira (13) a Operação Woodpecker, para investigar um grupo suspeito de tráfico internacional de drogas. De acordo com os investigadores, os integrantes ocultavam carregamentos de cocaína em cargas de madeira para exportação, saindo do país pelo Porto de Paranaguá.
Os investigadores contabilizam pelo menos cinco apreensões de droga vinculadas à atuação deste grupo, totalizando mais de 3 toneladas de cocaína.
Segundo a PF, os integrantes do grupo criminoso eram vinculados a uma empresa de transporte de contêineres que levava cargas de madeira até o Porto de Paranaguá para serem exportadas.
“Nessa condição, os investigados manipulavam os agendamentos de entrada dos caminhões da empresa no porto, com a intenção de retardar que os contêineres fossem descarregados. Nesse meio tempo, efetuava a ocultação dos carregamentos de cocaína no interior das cargas de madeira”, informou, em nota, a PF.
De acordo com os investigadores, o atraso na descarga dos contêineres tinha como finalidade “ganhar tempo para concretizarem a ação criminosa, sendo levados para locais onde eram abertos, desmontados os paletes de madeira e serradas as tábuas para o preparo dos compartimentos ocultos e acondicionamento da droga”.
Na sequência, as tábuas eram novamente arqueadas, os paletes remontados e o contêiner era levado o porto para ser enviado ao exterior. “Trata-se de método criminoso com consequências bastante prejudiciais ao comércio exterior e às empresas idôneas que atuam nessa atividade, pois danificam a carga lícita para colocação dissimulada da droga”, complementou a PF.
Sete mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Paranaguá e Pontal do Paraná, ambas no Paraná; em Balneário Camboriú (SC); e em Guarujá (SP). Suspeitos e empresas tiveram bens e imóveis sequestrados, além do bloqueio de bens, recursos e aplicações financeiras.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão.

Agência Brasil