Dados publicados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) são referentes aos cinco primeiros meses de 2023
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Na última quinta-feira (15), foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, data que faz parte da campanha Junho Violeta. Entre janeiro e maio de 2023, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, atuando pelo Disque 100, registrou 282 mil casos de violações contra direitos dos idosos e recebeu 47 mil denúncias.
Esses números superam em 87% os coletados no mesmo período do ano passado. A população da terceira idade (acima de 60 anos) sofre com diferentes tipos de maus-tratos, sendo os mais comuns a violência física e psicológica. Além disso, outras formas de violações envolvem negligência, abandono e violência financeira e material.
De acordo com o MDHC, as agressões físicas costumam acontecer dentro de casa, por pessoas da própria família ou cuidadores, e são muitas vezes feitas de forma sutil. “Os abusos são realizados na forma de beliscões, empurrões, tapas ou agressões que não tenham sinais físicos.”
Na quarta-feira (14), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou do seminário de “Direitos Humanos da Pessoa Idosa: enfrentamento a todas as formas de violência”, alertando sobre a importância de políticas estruturantes para o combate à violência. “O nosso grande desafio é construir uma política nacional da pessoa idosa”.
O Estatuto do Idoso assegura, por meio da Lei 10.741/2003, os direitos e proteção de pessoas terceira idade. Mesmo com dispositivos legais para reportar os abusos, muitos idosos sentem dificuldades de denunciar, é o que explica a psicóloga Julia Seidl, o que pode acarretar sérios traumas e, até mesmo, morte antecipada.