Pernambuco

Cesta básica em Pernambuco tem redução de 3,29% no valor mensal

Pesquisa do Procon-PE aponta variações expressivas nos preços de produtos essenciais.

Pernambuco
Foto: Divulgação/Procon PE

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) divulgou ontem quarta-feira 04/10 os resultados de sua pesquisa mensal sobre a cesta básica, revelando uma queda de 3,29% no valor médio dos produtos essenciais adquiridos pelos consumidores no estado. De acordo com o levantamento, o valor da cesta básica passou de R$ 655,05 para R$ 633,53, o que representa 47,99% do salário mínimo vigente em Pernambuco.
A pesquisa, que coletou dados de 27 itens, englobando 19 produtos de alimentação, 4 de limpeza doméstica e 4 de higiene pessoal, analisou preços em 24 estabelecimentos na Região Metropolitana do Recife.
Apesar da redução geral no custo da cesta básica, o estudo identificou variações significativas nos preços de diversos produtos. Notavelmente, o papel higiênico com quatro rolos de 30 metros apresentou a maior discrepância, sendo encontrado por R$ 1,99 no estabelecimento mais barato e por R$ 9,98 no mais caro, gerando uma diferença de 401,51%.
Outro produto que chamou a atenção foi o sabão em pó de 500g, com preços variando de R$ 1,39 a R$ 5,49, configurando uma diferença percentual de 294,96% entre os estabelecimentos.
Na categoria de alimentação, as variações de preços também surpreenderam. Um exemplo é o quilo da salsicha avulsa, que foi encontrado por R$ 5,99 em um estabelecimento e por R$ 19,99 em outro, configurando uma diferença de 233,72%. Já o quilo da farinha de mandioca torrada apresentou uma variação de 181,69%, com preços variando de R$ 4,15 a R$ 11,69 em diferentes locais.
O Procon-PE realiza essa pesquisa mensalmente para acompanhar a evolução dos preços dos produtos essenciais para os consumidores pernambucanos. Os resultados completos da pesquisa podem ser acessados no site oficial do Procon-PE, permitindo que os consumidores estejam informados sobre as variações de preços e tomem decisões mais conscientes nas compras de itens básicos.

Valor da cesta básica cai em julho em 13 capitais brasileira, aponta pesquisa do Dieese

Porto Alegre registra única alta, enquanto Recife, Campo Grande, João Pessoa e Aracaju lideram quedas.

Foto:  Edmilson Tanaka
Em julho, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou que o valor da cesta básica diminuiu em 13 das 17 capitais brasileiras participantes.
As maiores reduções no custo da cesta foram observadas em Recife (-4,58%), Campo Grande (-4,37%), João Pessoa (-3,90%) e Aracaju (-3,51%). Apenas Porto Alegre apresentou alta, com um aumento de 0,47%. Já em Salvador (0,03%), Brasília (0,04%) e Fortaleza (0,05%), a variação foi de relativa estabilidade.
Destacando-se novamente, Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos alcançou o maior custo médio, chegando a R$ 777,16. Nas regiões Norte e Nordeste, onde a composição da cesta difere, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 547,22), João Pessoa (R$ 581,31), Recife (R$ 592,71) e Salvador (R$ 596,04).
Com base no valor da cesta mais cara, que foi a de Porto Alegre em julho, o Dieese calculou o salário mínimo ideal no país para cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Segundo a entidade, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.528,93 ou 4,95 vezes o valor do mínimo atual (R$ 1.320).

4 motivos que explicam por que todos devem ganhar com a reforma tributária

Cesta básica está entre itens que terão tratamento especial e poderão ficar mais baratos

Foto:Lucas Santos/Unsplash
Prestes a ser votada pela Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (Pec) da reforma tributária passa pelos últimos ajustes e negociações entre parlamentares, governo federal, governadores, prefeitos e os setores produtivos que serão afetados por ela.
Diferente de muitas matérias que entram e saem com pressa do governo ou do Congresso, o projeto atual da reforma tributária está em discussão há pelo menos cinco anos, desde que a primeira proposta dela, a Pec 45, foi apresentada, em 2019.
Isso significa que todos os envolvidos e interessados — economistas, políticos, governantes, empresas e consumidores — tiveram tempo de conhecer, debater e propor aperfeiçoamentos ao projeto.
Nesse longo processo, mesmo em meio a pontos ainda contestados, foi construído um sólido consenso em torno de sua aprovação.
Veja, a seguir, alguns dos pontos mais citados como benefícios que a reforma tributária deverá trazer para as empresas, a economia e os consumidores:

Simplificação

A atual reforma tributária mexe em uma parte dos impostos — aqueles aplicados sobre o consumo, nas empresas — e não deve reduzir, nem aumentar a carga tributária.
Seu grande objetivo é simplificá-los, criando um imposto unificado que facilite a mixórdia de tributos aplicados hoje sobre todos os bens e serviços do país.
É o caso do PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, muitos cobrados cumulativamente uns sobre os outros, e, no caso do ICMS, que é estadual, e do ISS, municipal, com milhares de legislações próprias conforme a cidade ou o estado.
A ideia é reuni-los todos ou em parte em uma coisa só e se aproximar mais do modelo internacional do chamado IVA — o Imposto sobre Valor Agregado — adotado em diversos países para tributar os bens e serviços.
O consenso é que isso deve tornar o recolhimento pelas empresas mais simples, ágil e barato.
“O departamento fiscal de uma empresa, no Brasil, hoje, chega a 20, 30 pessoas. Em outros países são uma ou duas”, diz o advogado tributarista e economista Eduardo Fleury, sócio da FCR Law e consultor do Banco Mundial para impostos.
“Simplificar diminuiu a incerteza, o que significa menos gasto com jurídico, mais eficiência, mais produtividade e mais negócios”, complementa Fleury, que é um das dezenas de signatários de manifesto a favor da aprovação da reforma divulgado nesta semana.

Mais eficiência e mais PIB

Essa melhora na eficiência das empresas e seus ganhos de produtividade têm potencial para gerar efeitos na economia como um todo.
Cálculos feitos pelo economista-chefe da LCA Consultores e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Braulio Borges estimaram que o país, ao fim de 15 anos, pode crescer de 20% a 33% mais, com um imposto simples e unificado, do que se mantiver sua malha tributária e seu ritmo de crescimento atual.
Isto seria possível graças ao “efeito direto da reforma sobre o ambiente de negócios, a redução de distorções alocativas e a redução do custo do investimento”, segundo o relatório do estudo.

Transparência

Para o consumidor, a grande mudança é a transparência.
Como a cobrança no modelo de valor agregado, como é o IVA, é mais direta, o contribuinte deve passar a saber exatamente o quanto há de imposto em cada produto ou serviço.
É como já acontece com o Imposto de Renda ou o IOF, por exemplo, em que todos sabemos exatamente a alíquota e o valor aplicado sobre o salário ou o pagamento feito.
Hoje, a corrente dos tributos do consumo é muito confusa e difícil de rastrear, e o resultado é que ninguém sabe exatamente qual é o total efetivo de impostos embutido no preço final de produtos que compramos.
Os impostos são vários (PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS, etc.), recolhidos por diversos entes (União, Estados e municípios) e variam conforme o local, o setor e o regime tributário da empresa.
Além disso, da maneira como está desenhada hoje, boa parte das cobranças é sobreposta, o que gera a chamada cumulatividade.
O IVA acaba com essa cascata e faz com que a carga total seja sempre a mesma do começo ao fim.
Especialistas estimam que este novo IVA unificado deve ser de 25%, mas a alíquota não está definida e será regulamentada depois da reforma, após estudos da Receita Federal.

Produtos essenciais mais baratos

A reforma tributária prevê um novo imposto único e que terá uma alíquota, no geral, única, ou seja, será a mesma para a grande maioria dos produtos.
A estimativa de especialistas é que ela deve ser de 25%, nível de cobrança que manteria, mais ou menos, a mesma arrecadação de hoje com os impostos atuais (PIS, Cofins, ICMS e ISS).
Hoje, as alíquotas podem variar enormemente entre os tipos de produtos e serviços.
O projeto prevê, porém, desconto nesse imposto para alguns itens essenciais específicos. Estes poderão pagar 50% ou menos da alíquota geral (ou seja, 12,5%, para uma alíquota de 25%). São eles:serviços de educação;
serviços de saúde, dispositivos médicos e medicamentos;
serviços de transporte público coletivo urbano, semiurbano ou metropolitano;
produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
insumos agropecuários, alimentos e produtos de higiene da cesta básica
atividades artísticas e culturais nacionais.
A cesta básica, por exemplo, que poderá pagar o imposto menor, pode ficar, pelo menos, 1,7% mais barata do que custa hoje, de acordo com cálculos feitos por Eduardo Fleury, da FCR Law.