Assédio

Denúncias de assédio em órgãos governamentais aumentaram em 2023

Controladoria-Geral da União registrou 4.162 casos de assédio sexual e moral no governo federal, o dobro em relação a 2022

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Foto: Reprodução
Sob a administração do presidente Lula (PT), a Controladoria-Geral da União (CGU) vem enfrentando um cenário alarmante de denúncias de assédio sexual e moral em órgãos do governo federal. Segundo dados divulgados pela CGU, no período compreendido entre 1º de janeiro até a última sexta-feira (25/8), foram registradas 4.162 denúncias e reclamações, marcando um recorde na série histórica de levantamentos iniciados em 2017.
Comparativamente ao mesmo intervalo no ano anterior, o aumento é notável, quase dobrando o número de casos registrados no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proporção média é de aproximadamente 17 queixas por dia, apontando para uma realidade que demanda atenção e investigação rigorosa.
Dentre as denúncias, a maioria é submetida anonimamente, um fator que pode prejudicar a eficácia das investigações, já que a comunicação direta entre os servidores responsáveis pela apuração e os denunciantes é dificultada. Esse anonimato impede, por exemplo, que os analistas possam buscar informações adicionais caso seja necessário. 
Consequentemente, os cidadãos que fazem as denúncias muitas vezes ficam impossibilitados de acompanhar o progresso das apurações ou de receber respostas conclusivas por parte dos órgãos competentes. Até o momento, 3.001 registros já receberam resposta, enquanto 397 permanecem em análise e 764 foram arquivados. O tempo médio de resposta se estabelece em 16 dias.
Do total de denúncias, a predominância se encontra em casos de assédio moral, com 2.829 ocorrências, enquanto as acusações de assédio sexual correspondem a 569. O início do ano apresentou um aumento notável nas denúncias, atingindo um ápice em maio, a partir do qual a quantidade tem demonstrado uma tendência de queda.
Marcius Melhem

Marcius Melhem vira réu por denúncia de assédio sexual

Humorista enfrenta acusação contínua de assédio sexual contra três mulheres que trabalharam sob sua chefia na Globo

Marcius Melhem
Foto: Divulgação
O humorista e ex-diretor de TV, Marcius Melhem, foi oficialmente considerado réu por assédio sexual, na terça-feira (8), depois da denúncia de assédio sexual feita por três mulheres, que eram subordinadas a ele no núcleo de humor da Globo. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) teve sua denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça (TJRJ), segundo informação confirmada pela emissora ao G1.
Entre as vítimas está a atriz Carol Portes, que já havia compartilhado sua experiência de assédio por Melhem, quando ele atuava como ator e redator final do programa “Tá no Ar: a TV na TV”. As acusações também se baseiam nos depoimentos da atriz Georgiana Góes e de outra colaboradora, cuja identidade foi mantida em sigilo.
Apesar de Dani Calabresa ter sido uma das denunciantes iniciais, seu caso foi arquivado devido à prescrição dos fatos. Similarmente, casos de outras quatro mulheres também foram descartados por razões semelhantes. A denúncia original foi feita por oito mulheres e ganhou visibilidade após a atriz Dani Calabresa expor o ex-diretor. 
A revista Veja reportou que a denúncia de Calabresa, embora tenha gerado grande repercussão pública, foi arquivada. Entretanto, o Ministério Público optou por prosseguir com outros três casos presentes no mesmo inquérito.
Durante as acusações, a rede Globo conduziu uma investigação interna, e tanto o setor de Compliance da emissora quanto o Ministério Público Federal não confirmaram a ocorrência do suposto assédio sexual, descartando essa possibilidade. 
A emissora enfrenta atualmente uma ação instaurada pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ), alegando que casos de assédio no ambiente de trabalho ocorreram ao longo dos anos. Essa revelação provém de um extenso documento de 2,5 mil páginas obtido pela revista Veja e divulgado em maio último.