Jair Bolsonaro

Bolsonaro faz provocação sobre restrições à compra de armas

Publicação nas redes sociais traz foto antiga, na qual diz que, ao entregar artefatos bélicos, “os vagabundos agradecem”. Postagem foi reação à retomada das normas do Estatuto do Desarmamento do período anterior ao governo do ex-presidente.

Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro republicou em seu Twitter, ontem, uma foto em que ele aparece junto a uma faixa com os dizeres: “Entregue sua arma. Os vagabundos agradecem”. Foi uma reação ao decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, que torna mais rígidas as regras para o acesso a armamento e munição, e veda calibres considerados de uso restrito das Forças Armadas — como o 9mm —, além das armas .40 e .45 ACP, que também estavam liberadas aos civis.
No domingo, na cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo (SP), Lula disse que o Brasil “precisa voltar a ser civilizado”. “Derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos o bolsonarismo ainda. Os malucos estão na rua”, disse, em discurso.
A imagem publicada por Bolsonaro é de dezembro de 2004, em frente ao Memorial JK — à época, ele era deputado federal e protestava contra a campanha de desarmamento. A campanha nacional recolheu e destruiu mais de 500 mil armas entregues voluntariamente. Em 2004, com o Estatuto do Desarmamento válido há um ano, o país viu a primeira queda, em uma década, no número de homicídios por armas de fogo, indo de 39.325 mortes, em 2003, para 37.113, em 2004.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, constatou que, em 2022, 76,5% das mortes violentas intencionais (MVI) foram por meio de armas de fogo. Esse indicador apresentou queda de 2,4% de 2021 para 2022, redução que os pesquisadores do FBSP consideraram modesta. Além disso, o levantamento aponta que no último ano, 68,6% dos feminicídios ocorreram com arma de fogo, muito mais que os 26,3% apurados em 2021.

Questão familiar

Mas Bolsonaro também tem motivos, dentro da própria família, para atacar a decisão do governo. A Polícia Federal negou a renovação do porte de armas do vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A PF não viu um perigo que justificasse que ele mantivesse o porte de uma pistola Glock 9mm.
O decreto assinado por Lula limitou, entre outras mudanças, a quantidade de armas e munição permitidas, reduzindo de 30 para oito armamentos no caso de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores). Para a defesa pessoal, o limite caiu de quatro para duas armas, cuja necessidade de utilização voltará a ser cobrada pela PF.
Correio Braziliense
Júlia Zanatta

Bolsonarista Júlia Zanatta diz que “todo poder emana do cano de uma arma”

Durante a inauguração de um clube de tiro em Florianópolis, no sábado (22), a parlamentar do PL alegou uma “guerra assimétrica” entre aqueles que defendem o acesso a armas e o governo.

Júlia Zanatta
Foto:  Zeca Ribeiro

A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) repercutiu o decreto assinado na última sexta-feira (21/7) que busca controlar o comércio de armas e munição no país. Em evento de inauguração de um clube de tiro em Florianópolis (SC), no sábado (22), a parlamentar afirmou que “todo poder emana do cano de uma arma”.
“A gente vai continuar mais unidos e firmes do que nunca na defesa da nossa liberdade. Porque eles sabem que todo poder emana do cano de uma arma”, disse ela.
A parlamentar criticou as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que há uma “guerra assimétrica” entre aqueles que defendem o acesso de civis às armas e o governo, e foi além, avaliando a medida como “genocida”. “Quem imaginaria que nós teríamos tanto brasileiro armado capaz de defender sua propriedade, a sua família e, mais do que isso, disposto a lutar?”
Zanatta é favorável à política bélica do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e posta com frequência sobre o tema em suas redes sociais. “Obrigada a todos que não negociam a LIBERDADE e continuam apoiando os clubes de tiro, mesmo com um DESGOVERNADO tentando de tudo para amedrontar as pessoas”, escreveu ela em junho em publicação no Instagram.
Correio Braziliense

Entenda: plano de segurança do governo vai além do controle de armas

 Saiba os principais pontos da medida lançada esta semana

Foto: Diego Vara

Controle de armas, proteção da região amazônica, combate ao tráfico de drogas, à violência nas escolas, ao crime ambiental e à violência contra mulher. Esses são alguns dos objetivos elencados nos primeiros nove atos do Plano de Ação na Segurança (PAS), assinado na última sexta-feira (21), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva..
As medidas incluem ainda repasses financeiros aos estados e endurecimento de leis envolvendo ataques ao Estado Democrático de Direito, além de tentativa de valorização dos profissionais da segurança pública.
A ideia, segundo o presidente e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, é buscar fortalecer o Sistema Único de Segurança Pública e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2); a soberania territorial; e o combate a crimes contra crianças e adolescentes e ao crime organizado.

Entenda os principais pontos do plano

1 – Controle de armas:

A principal mudança foi a redução de armas e munições acessíveis a civis, incluindo caçadores, atiradores e colecionadores registrados.
Foi também restabelecida a distinção entre as armas de uso dos órgãos de segurança e as armas acessíveis a cidadãos comuns. Não é mais permitido que caçadores, atiradores e colecionadores transitem com armas municiadas.
Houve redução da validade dos registros de armas de fogo e está prevista a migração progressiva da competência de fiscalização das atividades que envolvem armamento, do Exército para a Polícia Federal.
– Defesa pessoal
No campo da defesa pessoal, por exemplo, eram permitidas quatro armas sem necessidade de apontar a necessidade, e ainda 200 munições por arma anualmente Agora, com o plano, são autorizadas duas armas e 50 munições por equipamento a cada ano, com necessidade de comprovações pelo cidadão.
– Como fica para caçadores, atiradores desportivos e colecionadores
Antes, para caçadores, estavam previstas 30 armas, incluindo 15 delas de uso restrito das forças de segurança. Além disso, mil munições por arma de uso restrito anualmente, e ainda cinco mil munições por arma de uso permitido.
Agora, os caçadores podem ter seis armas (e PF e Exército precisam autorizar o caráter excepcional para que a pessoa possa ter até duas armas de uso restrito). São permitidas 500 munições por arma a cada ano.
Antes, para os atiradores desportivos, eram permitidas 60 armas, sendo 30 de uso restrito (essas poderiam ter mil munições por ano), e as de uso permitido, poderiam ser adquiridas 5 mil munições.
Agora, para os atiradores desportivos há uma variação de autorizações para os níveis 1, 2 e 3, mediante o número de treinamentos e competições que participar.
Antes, para os colecionadores eram permitidas até cinco armas de cada modelo e vedadas as proibidas, as automáticas, não portáteis ou portáteis semiautomáticas com modelo original de menos de 30 anos.
Agora, fica autorizada uma arma de cada modelo, e proibidas as automáticas e as longas semiautomáticas de calibre de uso restrito cujo 1º lote de fabricação tenha menos de 70 anos.
– O que são armas de uso permitido e restrito?
Antes, as armas que eram de uso restrito às forças de segurança, como as pistolas 9mm, .40 e .45 ACP, passaram a ser acessíveis a civis
Agora, foram retomados os parâmetros de 2018 para limites de armas curtas. Pistolas 9mm, .40 e .45 ACP voltam a ser de uso restrito. Além disso, armas longas de alma lisa semiautomáticas passam a ser restritas.
– Transporte de armas
Antes, era autorizado que a pessoa transitasse com a arma municiada para caça ou tiro desportivo.
Agora, é necessário que exista uma emissão da guia de tráfego aos colecionadores, aos atiradores, aos caçadores e também aos representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional para transitar com armas de fogo registradas e desmuniciadas.
– Clubes de tiros desportivos
Antes, não existiam critérios expressos sobre a restrição quanto à localização de entidades de clube desportivo ou funcionamento 24 horas.
Agora, entre outras resoluções, é necessário que os estabelecimentos tenham distância superior a um quilômetro em relação a estabelecimentos de ensino, que exista cumprimento das condições de uso e armazenagem das armas de fogo e funcionamento máximo entre 6h e 22h. Ficam proibidos os clubes de tiro 24h.
– Redução da validade do registro de armas
Antes, valiam por 10 anos.
Agora, valem três anos para colecionador, atirador desportivo e caçador excepcional; cinco anos para registro concedido para fins de posse e caça de subsistência; e cinco anos também para as empresas de segurança privada.

2. Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas)

O plano prevê desenvolvimento de ações de segurança pública para fazer frente às necessidades de segurança dos estados integrantes da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins). Estão incluídos aí os crimes ambientais e os relacionados.
O investimento previsto é de R$ 2 bilhões com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e Fundo Amazônia, para implantação de estruturas e compra de equipamentos para os estados.
O governo anunciou a implementação de 28 bases terrestres e seis fluviais para combater crimes ambientais e infrações correlatas, totalizando 34 novas bases integradas de segurança (PF, PRF e Forças Estaduais).
Está no plano ainda a implementação da Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública (sede em Manaus) com a estruturação e aparelhamento do Centro de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal (sede em Manaus).

3. Projeto de lei para tornar crime hediondo a violência contra escolas

O governo informou que a proposta surgiu das famílias vitimadas pelo ataque à creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC). O projeto prevê nova espécie de homicídio qualificado quando cometido no interior de instituições de ensino, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.
A pena do homicídio cometido no âmbito de instituições de ensino será aumentada de um terço até a metade, se a vítima for pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de vulnerabilidade.
Também será aumentada em dois terços se o autor for ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela, a exemplo de professores e demais funcionários.

4. Projeto de Lei para apreensão de bens nos casos de crimes contra o Estado Democrático

O projeto prevê, nos casos em que houver indícios suficientes de autoria ou de financiamento de crimes contra o Estado Democrático de Direito, que o juiz poderá decretar medidas de apreensão de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

5. Projeto de Lei para aumentar penas pelos crimes cometidos contra o Estado Democrático

A proposta prevê pena de reclusão para quem cometer crimes contra o Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado:

De 6 a 12 anos para quem organizar ou liderar movimentos antidemocráticos;
De 8 a 20 anos para quem financiar movimentos antidemocráticos;
De 6 a 12 anos, mais pena correspondente à violência, para crimes que atentem contra a integridade física e a liberdade do presidente da República, do vice-presidente da República, do oresidente do Senado Federal, do presidente da Câmara dos Deputados, dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da República, com fim de alterar a ordem constitucional democrática;
De 20 a 40 anos para crimes que atentem contra a vida das autoridades citadas acima, com fim de alterar a ordem constitucional democrática.

6. Autorização de antecipação para repasse de mais de R$ 1 bi para Estados

O governo informou que o Fundo Nacional de Segurança Pública para os Estados diz respeito ao exercício 2023. A primeira metade dos valores está prevista para ser paga em agosto e o restante será feito até o fim deste ano. Confira como ficou o rateio

7. Repasses de R$ 169,2 milhões para o Programa Escola Segura

Estão previstos serem contemplados 24 estados e o Distrito Federal, além de 132 municípios habilitados no edital Escola Segura. Confira os valores aqui.
Os projetos a serem financiados, segundo o governo explicou, envolvem medidas preventivas das patrulhas e rondas escolares das polícias militares ou das guardas civis municipais, cursos de capacitação para profissionais da área de segurança e cursos que contemplem o acolhimento, escuta ativa e encaminhamento para a rede de proteção às crianças e adolescentes, além de pesquisas e diagnósticos, bem como fortalecimento da investigação e monitoramento cibernéticos.

8. Portaria da PF para expansão dos Grupos de Investigações Sensíveis (GISEs) e das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO)

A portaria autoriza a instalação de cinco novos GISEs nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Ceará e Santa Catarina, passando de 15 para 20 unidades ao todo no país.
A medida prevê a implementação de 15 novas FICCOs, passando de 12 para 27 unidades.
O investimento adicional será de R$ 100 milhões.

9. Edital para para seleção de projetos culturais para o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci 2

A ideia com o edital é selecionar projetos, conduzidos por organizações da sociedade civil, que tenham objetivo realizar manifestações culturais que promovam a reparação de danos e de direitos das populações em territórios com altos índices de violência e vulnerabilidade social.
O valor total do edital é de R$ 30 milhões destinado aos 163 municípios prioritários do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci 2.
Agência Brasil
Carlos Bolsonaro

Polícia Federal nega renovação de porte de arma para Carlos Bolsonaro

Vereador alegou segurança pessoal na justificativa do pedido; PF não viu motivos para a concessão

Carlos Bolsonaro
Foto: Reprodução/Instagram
O requerimento foi realizado no início do mês de julho. O processo foi submetido e analisado pela Polícia Federal do Rio de Janeiro.
Na solicitação, Carlos Bolsonaro justificou a necessidade do porte por ter um cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e por ser filho do ex-presidente.
Se o porte fosse renovado, a autorização – que já havia sido concedida uma vez – seria válida por mais 5 anos. O pedido, no entanto, foi rejeitado nesta sexta-feira (21).
A direção da PF no Rio de Janeiro, entendeu que não foram comprovadas ameaças ou riscos específicos sobre o cargo público exercido por Carlos Bolsonaro que justificassem a concessão excepcional do porte.
O filho do ex-presidente pode recorrer da decisão. A CNN tenta contato com a equipe do vereador e aguarda retorno.
Agência Brasil
PM/PR

Polícia encontra 82 armas e 2 toneladas de maconha escondidas em caminhão de porcos no PR

Motorista alegou que transportava carga de suínos, mas levava drogas, armamento e munições embaixo do veículo

PM/PR
Foto: PM/PR
A Polícia Militar do Paraná apreendeu, no domingo (16), um carregamento de 82 armas e duas toneladas de drogas que estavam escondidas embaixo de um caminhão que transportava porcos pela BR-396, no trecho que liga as cidades paranaenses de Rolândia e Cambé.
Segundo a PM, foram encontradas 75 pistolas e sete fuzis com numeração raspada, carregadores e alongadores de armamentos.
Com auxílio da Receita Federal, da Polícia Federal e do serviço de inteligência da PM, policiais abordaram um veículo sujo motorista alegou estar transportando uma carga de suínos. Em nota enviada à CNN, a PM ressalta a importância da colaboração entre os órgãos para que apreensões de larga escala sejam feitas.
Após a fiscalização do veículo, as equipes encontraram compartimentos secretos no assoalho do caminhão, onde as armas e drogas estavam escondidas.
O motorista que transportava a carga foi preso. Ele, assim como todo o material apreendido, foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal de Londrina, no Paraná.
CNN/Brasil