Casa Com Cisterna

Governo Federal investe mais de R$ 562 milhões para retomar o Programa Cisternas e beneficiar 60 mil famílias

Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social anuncia editais e acordos para impulsionar acesso à água de qualidade em áreas vulneráveis.

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Foto: Fernando Frazão, Agência Brasil
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome divulgou a retomada do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais, conhecido como Programa Cisternas. Com investimentos que ultrapassam os R$ 562 milhões em 2023, o programa visa beneficiar 60 mil famílias em regiões com dificuldades no acesso à água potável.
O programa será impulsionado através do lançamento de dois editais. O primeiro é direcionado à contratação de cisternas para consumo e produção de alimentos no Semiárido, enquanto o segundo visa a contratação de sistemas individuais e comunitários de acesso à água na Amazônia. As chamadas públicas dos editais disponibilizarão um total de R$ 500 milhões para a construção das tecnologias.
Ademais, foi assinado um aditivo ao acordo de cooperação técnica (ACT) entre o MDS, a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa parceria permitirá a retomada da construção de cisternas no Semiárido e, ao mesmo tempo, associará a implementação das tecnologias a repasses financeiros e assistência técnica às famílias de produtores agrícolas de baixa renda pelo Programa Fomento Rural. O investimento total do governo federal para esta iniciativa será de R$ 46,44 milhões.
Além disso, um acordo judicial entre o MDS e a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) foi homologado, trazendo benefícios para 1.188 famílias e 216 escolas. Com a liberação de R$ 16 milhões provenientes desse acordo, o Programa Cisternas atenderá famílias de baixa renda, garantindo o acesso a água de qualidade para consumo e produção de alimentos.
O modelo de execução do Programa Cisternas é baseado na colaboração entre o governo federal, entidades públicas e organizações da sociedade civil, através de convênios ou termos de colaboração. A implementação do programa envolve atividades de mobilização social, capacitações e organização do processo construtivo, conduzidas por entidades privadas sem fins lucrativos, previamente credenciadas e contratadas pelos parceiros do MDS.
O Programa Cisternas teve início em 2003, concentrando-se inicialmente no Semiárido brasileiro e posteriormente expandindo-se para outras áreas do Nordeste. Atualmente, o programa abrange também experiências em outros biomas, incluindo a região Amazônica. De acordo com o MDS, ao longo de 20 anos, mais de 1,14 milhão de cisternas foram construídas em todo o país, com a entrega de mais de 1 milhão de unidades até o ano de 2016.
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Conta de luz deverá informar sobre níveis de reservatórios de água, decide CMA

O PL 361/2022 teve relatório favorável de Carlos Viana e segue para a Comissão de Infraestrutura

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Foto: TV Bahia

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (5) projeto que obriga distribuidoras elétricas a divulgar informações sobre o nível dos reservatórios de água. A iniciativa da ex-senadora Rose de Freitas (ES) recebeu parecer favorável do relator, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
O relatório do PL 361/2022 foi lido pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Agora, a matéria será analisada pela Comissão de Infraestrutura (CI), em decisão terminativa.
O projeto determina que consumidores devem ter acesso, na fatura da conta de luz, a um endereço eletrônico onde estarão publicadas informações sobre os reservatórios das hidrelétricas. As distribuidoras de energia elétrica devem publicar semanalmente o nível de água nos reservatórios, a data em que a medição foi realizada e fotos tiradas no dia da inspeção.
De acordo com a autora, nos últimos anos os brasileiros pagam cada vez mais caro pela energia utilizada. “O consumidor vem sofrendo com todos esses aumentos sem realmente poder verificar se as explicações dadas têm fundamento”, afirmou.
Bandeiras tarifárias
Desde 2015, o mecanismo das bandeiras tarifárias é utilizado na cobrança pelo uso da energia elétrica no Brasil. Os indicadores verde, amarelo e vermelho apontam eventuais aumentos no preço da energia de acordo com o volume de água nos reservatórios. De modo geral, essa estratégia tem o objetivo de diminuir o consumo elétrico em momentos de escassez hídrica.
Informações do Tribunal de Contas da União (TCU), apresentadas por Viana, revelam que as bandeiras tarifárias “não são suficientes para mudar o comportamento do consumidor de energia elétrica”. Por esse motivo, o senador afirma que “é necessário pensarmos em outras soluções, tais como a proposta pelo projeto de lei em análise”.
Viana acredita que a divulgação de dados relativos aos reservatórios de água “dará aos consumidores informações concretas sobre o que as autoridades do setor elétrico utilizam para justificar elevações nas tarifas e o acionamento das bandeiras tarifárias”. Ele também afirma que o projeto pode “racionalizar o consumo de energia elétrica e, com isso, preservar o meio ambiente”.

Fonte: Agência Senado