O ministro ainda recebeu vaia de alguns estudantes e falou sobre a ditadura militar
Foto: Yuri Salvador/UNE |
Durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na quarta-feira (12), em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou Jair Bolsonaro (PL). Os aliados do ex-presidente não concordaram com o discurso e disseram que vão entrar com um pedido de impeachment contra o ministro.
“Estar aqui é reencontrar o meu próprio passado de enfrentamento do autoritarismo, da intolerância e de gente que grita em vez de ouvir, de gente que xinga em vez de botar argumentos na mesa. Isso é o bolsonarismo!”, afirmou o magistrado na ocasião, que depois finalizou “Esse é o passado recente no qual nós estamos tentando nos livrar”.
A repercussão da fala chegou nos parlamentares da oposição. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse, por meio de uma rede social, acusou Barroso de “exercer atividade política partidária”, o que é proibido para ministros do STF. “Se, por um milagre, houver justiça nesse país, a perda do cargo é inegável”, afirmou.
No seu discurso, Barroso ainda fez críticas a ditadura militar. Os estudantes da Juventude Faísca Revolucionária e ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores vaiaram o ministro por conta da decisão dele no julgamento do piso da enfermagem e seu envolvimento no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Barroso inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”, mostravam os cartazes.
Barroso já teve problemas com aliados de Bolsonaro em novembro de 2022, quando um apoiador do ex-presidente encontrou o ministro em Nova York (EUA) e questionou a segurança das urnas eletrônicas. Em junho do mesmo ano, o magistrado foi chamado de “demônio” durante palestra em universidade também dos Estados Unidos.