Evento prévio à Cúpula da Amazônia abordará temas como mudança do clima, povos indígenas e combate ao garimpo ilegal.
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Começa nesta sexta-feira (4) o Diálogos Amazônicos em Belém, um evento prévio à Cúpula da Amazônia que reunirá chefes de Estado dos países da região entre os dias 8 e 9 próximos.
Ao longo dos três dias, representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos se reunirão para formular sugestões visando a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
Temas como a mudança do clima, os povos indígenas da Amazônia e projetos visando um desenvolvimento sustentável e inclusivo serão amplamente debatidos, assim como a agroecologia, os trabalhadores que sobrevivem da floresta e a necessidade de combater o garimpo ilegal. Esses assuntos ganharão protagonismo durante o evento, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
O encontro contará com os presidentes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. Equador e Suriname enviarão representantes oficiais devido a questões internas.
A coordenação do Diálogos Amazônicos ficou a cargo da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério das Relações Exteriores, enquanto a preparação e a articulação com os demais países foram conduzidas pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entidade intergovernamental formada pelos oito países participantes do encontro.
A expectativa da Secretaria-Geral é que o evento reúna cerca de 10 mil pessoas ao longo dos três dias nas 405 atividades e eventos planejados para o Hangar Centro de Convenções e Feiras, além de outros pontos de Belém, como o campus da Universidade Federal do Pará, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipan), a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
O Diálogos Amazônicos representa um “processo extremamente rico de debate” para a Secretaria-Geral, que destaca a importância das visões dos movimentos sociais de todos os países amazônicos sobre os problemas, potencialidades e possibilidades da floresta amazônica.
Para a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, é fundamental que os presidentes se reúnam para pensar estratégias de combate à crise climática, mas ressaltou que essa discussão deve começar com quem vive e conhece a Amazônia.
O evento prevê a organização de cinco plenárias-síntese com a participação de três mil pessoas. Cada plenária contará com sete expositores, sendo quatro da sociedade civil e três governamentais. Temas como participação social, erradicação do trabalho escravo, saúde, soberania, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia, transição energética, mudança do clima e proteção aos povos indígenas e tradicionais serão debatidos nessas plenárias.
Os resultados dos debates serão utilizados na elaboração de cinco relatórios a serem entregues aos presidentes dos países amazônicos durante a Cúpula da Amazônia.
Plenárias transversais também estão previstas para discutir situações de públicos específicos, como mulheres, jovens e negros na região amazônica. As discussões dessas plenárias poderão ser incluídas nos relatórios das plenárias-síntese.
A programação completa do Diálogos Amazônicos está disponível no site da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Durante o evento, diversas plenárias e debates ocorrerão, abordando temas como os direitos das mulheres na Panamazônia, a participação e proteção dos territórios, a saúde, soberania e segurança alimentar e nutricional na região amazônica, além de outros tópicos como ciência, tecnologia, inovação e pesquisa acadêmica, e a inclusão dos povos indígenas.
A expectativa é que o Diálogos Amazônicos contribua significativamente para o fortalecimento de políticas sustentáveis e inclusivas na região amazônica, fomentando ações conjuntas entre os países para a preservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades locais.