Movimento pode consolidar aliança inédita entre Nordeste e governo federal
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| Foto: Ricardo Stuckert/PR |
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), está avaliando a possibilidade de migrar para o PSD, em busca de uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse movimento poderia consolidar uma aliança entre todos os governadores da região Nordeste e o titular do Palácio do Planalto, algo inédito nas gestões anteriores do PT.
Raquel Lyra, que já demonstrou sinais de afastamento da cúpula de seu partido, costurou recentemente a entrada do PSD em sua gestão estadual, em uma articulação realizada com o ministro da Pesca, André de Paula. Atualmente, o PSD controla três ministérios do governo federal, incluindo as pastas da Agricultura e de Minas e Energia.
O ministro André de Paula, ex-deputado e candidato ao Senado pelo PSD em Pernambuco no ano passado, afirmou que, embora não haja uma decisão formal sobre a filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, a entrada do partido em seu secretariado estadual é vista como o primeiro passo para esse possível movimento. Cacau de Paula, filha do ministro, assumiu recentemente a secretaria estadual de Turismo em Pernambuco, antes ocupando um posto equivalente na gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), aliado de Lula.
O ministro da Pesca destacou que a possível filiação de Raquel Lyra ao PSD poderia ser conveniente do ponto de vista político para ambas as partes, considerando a popularidade de Lula no Nordeste.
Dos nove estados da região Nordeste, apenas Pernambuco elegeu, no ano passado, um governador que não era alinhado a Lula. A possível migração de Raquel Lyra para o PSD, partido presidido em Pernambuco pelo ministro André de Paula, sinaliza um alinhamento da região Nordeste com o governo petista, algo que só foi registrado no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, em 2014. A decisão final, no entanto, permanece nas mãos da governadora Raquel Lyra.