Entrada do Centrão e mudanças nos ministérios dividem opiniões no governo.
Foto: Ricardo Stuckert |
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a tão esperada reforma ministerial na última quarta-feira (6), consolidando mudanças significativas em sua equipe e gerando reações diversas de aliados. A reforma visa fortalecer a coalizão de apoio ao governo, trazendo partidos do centrão para o primeiro escalão. No entanto, as mudanças também tiveram repercussões controversas, especialmente com a saída da ex-ministra do Esporte, Ana Moser, e a nomeação de novos ministros.
O ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que agora assume o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, demonstrou apoio à decisão de Lula e destacou a importância da união de partidos para a gestão petista. França elogiou Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que assumirá o Ministério de Portos e Aeroportos, e agradeceu ao governador de São Paulo, citando-o como um aliado valioso.
Porém, nem todos os novos ministros receberam o mesmo nível de apoio. Tarcísio de Freitas, que lidera o partido Republicanos, já se manifestou contrário à entrada de seu partido no governo. Essa divergência destaca as complexidades políticas envolvidas na reforma.
Por outro lado, a atleta Ana Moser, que foi retirada do Ministério do Esporte, não recebeu sequer menção no anúncio oficial das mudanças. Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, tentou minimizar a situação afirmando que Lula tem “grande consideração” por Moser e que o governo espera continuar contando com sua colaboração em políticas públicas para o esporte. No entanto, a ex-ministra expressou descontentamento com a decisão, destacando a interrupção de políticas inclusivas no esporte.
Cida Gonçalves, atual Ministra das Mulheres, demonstrou solidariedade a Ana Moser, elogiando sua atuação pela valorização do futebol feminino e igualdade de gênero no esporte.
Enquanto isso, o deputado federal André Fufuca (PP-MA) agradeceu por assumir o Ministério do Esporte e se comprometeu a contribuir para o desenvolvimento do esporte brasileiro. A entrada de Fufuca e Silvio Costa Filho no governo oficializa a presença do Centrão na administração petista, visando angariar mais votos no Congresso.
Essa reforma também resultou na queda de mais uma mulher do primeiro escalão do governo, diminuindo a representatividade feminina. Daniela Carneiro, deputada federal pelo União Brasil do Rio de Janeiro, já havia deixado o Ministério do Turismo e foi substituída por Celso Sabino (União Brasil-PA).
A reforma ministerial de Lula promete influenciar significativamente o cenário político brasileiro, ao mesmo tempo em que desencadeia debates sobre a diversidade de gênero e a ampliação do espectro político no governo. Os novos ministros, André Fufuca e Silvio Costa Filho, devem tomar posse após o retorno de Lula da reunião do G20, na Índia.