Quatro réus enfrentam acusações graves relacionadas à operação Lesa Pátria; julgamento ocorre em sessões extras comandadas pela ministra Rosa Weber
Foto: Ton Molina/ AFP |
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta quarta-feira (13), o julgamento das primeiras ações penais contra acusados de invadir e depredar as sedes dos Três Poderes do país. Quatro réus estão na pauta do tribunal, enfrentando acusações que podem resultar em condenações significativas.
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, marcou sessões extras para agilizar o andamento dos processos, garantindo que a análise das condutas individuais de cada acusado seja minuciosa. As acusações, de acordo com a Polícia Federal (PF), incluem crimes graves como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Entre os réus, Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e morador de Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo, é acusado de convocar pessoas por meio das redes sociais para participar da depredação dos prédios dos Três Poderes. Pereira estava presente no grupo que invadiu o Congresso e, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), causou danos significativos, destruindo diversas propriedades.
Matheus Lima de Carvalho Lázaro, de 24 anos e natural do Paraná, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a alegação de ter sido preso em flagrante na Praça dos Três Poderes, na posse de objetos que foram utilizados para a depredação dos prédios públicos, incluindo itens como estilingues, bombas, gasolina e materiais para a produção de coquetéis Molotov.
Moacir José dos Santos, paisagista de 52 anos e residente em Foz do Iguaçu, é apontado como um dos invasores do Palácio do Planalto, onde teria causado danos a várias propriedades históricas. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal.
Thiago de Assis Mathar, autônomo de 43 anos, foi preso no Palácio do Planalto e enfrenta acusações relacionadas à “execução dos atentados materiais contra as sedes dos Três Poderes”. Mathar, que afirmou ter participado de “protestos pacíficos”, alega ter se refugiado no Planalto para evitar conflitos do lado de fora do prédio. No entanto, a PGR o inclui entre os bolsonaristas que teriam se envolvido na destruição de objetos artísticos e de valor no Palácio.